quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Tempo que Separa e que Une


      Mostramo-nos ingratos em relação ao que nos foi dado por esperarmos sempre no futuro, como se o futuro (na hipótese de lá chegarmos) não se transformasse rapidamente em passado. Quem goza apenas o presente não sabe dar o correcto valor aos benefícios da existência; quer o futuro quer o passado podem proporcionar-nos satisfação, o primeiro pela expectativa, o segundo pela recordação; só que enquanto um é incerto e pode não se realizar, o outro nunca pode deixar de ter acontecido. Que loucura é esta que nos faz não dar importância ao que temos de mais certo? Mostremo-nos satisfeitos por tudo o que nos foi dado gozar.
Lúcio Aneu Séneca, in Cartas a Lucílio, ed. Fundação Caloustre Gulbenkian


    A temporalidade é evidentemente uma estrutura organizada, e esses três pretensos "elementos" do tempo, passado, presente , futuro, não devem ser considerados como uma colecção de "dados" cuja soma deve ser feita - por exemplo, como uma série infinita de "agora", alguns dos quais ainda não são, outros que não são mais -, mas como momentos estruturados de uma síntese original. Senão encontraremos, em primeiro lugar, este paradoxo: o passado não é mais, o futuro ainda não é, quanto ao presente instantâneo, todos sabem que ele não é tudo, é o limite de uma divisão infinita, como o ponto sem dimensão.
Jean-Paul Sartre in O Ser e o Nada, (via Citador)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A sacralização da Direita e a diabolização da Esquerda...






Tinha acabado de fazer 20 anos quando aconteceu o 25 de Abril em Portugal. Sobre esse momento já passaram mais de 4 décadas. Embora nunca tenha sido analista político, não precisei de muito tempo, após um ou dois actos eleitorais, para perceber o rumo que o país iria seguir. Mas confesso que, depois da adesão de Portugal à então CEE, nada me poderia levar a supor que esta evoluísse na direcção que evoluiu e se transformasse numa hidra que abocanha a soberania das nações, especialmente das mais pequenas, e a reduz a um mero espasmo de subserviência ou a um tipo de balcão único  de representação  da plutocracia instalada em Bruxelas.

   Num curto lapso de tempo, depois de se ter percebido que o partido socialista não iria fazer qualquer tipo de favor à direita para a manter à tona, eis que se agitam todos os fantasmas e se ameaça com os piores anátemas essa  'heresia'  que se ergue de eventualmente poder vir a existir um governo que congregue o partido socialista e as forças partidárias à sua esquerda com representação parlamentar, como se o voto que elegeu os deputados da direita merecesse mais crédito do que a maioria dos votos que elegeram as forças da esquerda. Que eu saiba, o voto, um voto, seja ele qual for, depois de entrar na urna, não revela casta, cor ou cheiro; trata-se de um pedaço de papel com uns quantos símbolos partidários inscritos e sobre um dos  quais o cidadão eleitor, qualquer cidadão eleitor,  apôs uma cruz que determina a sua vontade sobre quem gostaria de ver a governar o país. Mas parece que agora, de repente, se descobriu em Portugal, e na Europa, que o voto de um cidadão eleitor de direita tem sempre mais valor para eleger quem deve governar do que o voto de um cidadão eleitor de esquerda. Ou melhor: para a direita, o que interessa no Sufrágio Universal Secreto e Directo é que, seja qual for a quantidade de votos que consiga obter, seja sempre ela a governar porque só ela tem o direito de o fazer, como se os seus votos passassem por um processo de transubstanciação que transformasse uns pedaços de papel com alguma tinta em algo de transcendente. Se o mesmo Sufrágio Universal Secreto e Directo, colocar a maioria dos votos nas forças à sua esquerda, aí já não pode ser, essas forças não podem governar porque são de esquerda.

     Ou seja: na verdade, o que as forças da direita , em Portugal e na Europa, intuíram desde há uns anos a esta parte é que nós, portugueses e europeus, temos um sistema eleitoral baseado num sufrágio censitário, ou dinástico, sei lá, em que só os votos de uns quantos plutocratas e dos seus representantes e clientes  podem ser validados para eleger quem governa em Portugal  porque só eles são os 'lídimos portugueses'. Os votos dos portugueses apontados à esquerda são, para toda essa gente que anda agora abespinhada com a possibilidade de ser o partido socialista e as forças da esquerda a governarem, assim como que um género de votos iconoclatas, anti-naturais, não transubstanciados, feios, porcos e maus e logo não podendo ser tidos em conta para que com eles se possa governar em Portugal, mesmo que até representem a maioria da vontade do povo. É o principio antinómico da sacralização da direita e da diabolização da esquerda, especialmente se a esquerda não manifestar espasmos de subserviência para com Bruxelas, ou não aceitar um qualquer exorcismo que a submeta aos poderes da hidra.

Jacinto Lourenço

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Não Acredito em Papões...



Este tempo que vivemos, de uma acentuada bipolarização político-partidária entre esquerda e direita traz-me à memória o ano em que fui chamado a cumprir o serviço militar obrigatório: 1975. Ficou conhecido como o ano do 'verão quente de 75'. A radicalização político-militar-partidária subiu a níveis que pareciam só ter fim com uma guerra civil. Em dois ou três momentos estivemos lá perto. O 11 de Março esteve quase a constituir-se no pavio que incendiaria tudo. Depois veio o 25 de Novembro e acalmou.
Fazia a especialidade na EMEl de Paço de Arcos. Uma manhã, fui chamado ao serviço para subir para as traseiras de uma Berliet posicionada no interior do quartel e virada para o portão sul da unidade. Dentro da viatura, por detrás de uns sacos de areia, uma metralhadora pesada Breda. Explicaram-me à pressa como funcionava e como se municiava. " - Ficam aí ( eu e outro camarada) até serem rendidos ! " " -E que é que fazemos ?" Perguntei. "Disparam se algum carro de combate deitar o portão abaixo !" Era a ordem. Vim, horas depois, a descobrir que as forças contra quem devíamos disparar pertenciam à chamada contra-revolução e eram encabeçadas pelos Comandos de Jaime Neves e pelos Para-Quedistas, entre outros. Não vou aqui revelar o que é que eu e o meu colega combinámos fazer se o portão fosse abaixo, mas a nossa vontade de disparar era nula, até porque o poder de fogo de Jaime Neves faria ir a Berliet pelos ares num ápice. Além do mais, a Breda estava toda enferrujada e não sei há quantos anos não era usada. Felizmente não aconteceu nada. Mas isto mostra ao que a radicalização das ideias pode levar.
As duas datas que citei, fracturaram completamente as forças armadas e radicalizaram-nas entre esquerda e direita, mas também a sociedade civil na altura se radicalizou à volta disso e da unicidade sindical defendida pelo PCP e a unidade sindical defendida pelo PS. Foram grandes as manifestações contra e a favor de qualquer das opções. Acho que nunca vi em Portugal tão grandes e tão encarniçadas manifestações. A isto tudo, somou-se a luta e as enormes manifestações dos SUV ( Soldados Unidos Vencerão) contra o stato quo da hierarquia militar. Pelo meio, aconteceram algumas mortes. O País cindiu-se politicamente em dois.
Bem sei que o que observamos agora em Portugal  não tem nada a ver com o relato que aqui deixo, mas pode eventualmente explicar muito. As posições estão extremadas, e isso não vai seguramente ser bom para o país. Observo nas redes sociais, como o FB, muita gente a digladiar-se sobre quem é melhor para governar. Noto azedumes a virem ao de cima. Suspeições, acusações, até ofensas. Pessoalmente não irei alimentar essa fogueira, mas não posso, nem devo defender quem, ao longo dos últimos quatro anos empobreceu, em extremo, o país, indo "além da Troika". Um governo que em 2011 foi constituído com base em promessas eleitorais mentirosas, que obrigou perto de 400 mil pessoas a emigrar, que cortou salários, pensões, na saúde, na educação, nos cuidados à infância e aos idosos, aos mais desfavorecidos. Que ignorou a cultura e ostracizou a ciência, que esmagou a classe média com "um enorme aumento de impostos", taxas e taxinhas, que ultrapassou todas as linhas vermelhas que ele próprio traçou, que exponenciou uma divida pública que os portugueses das próximas gerações terão que pagar com língua de palmo ( e bem sei que não foram os únicos responsáveis, mas são responsáveis por terem feito o mesmo que outros ), que malbaratou o património empresarial nacional com privatizações que colocaram as nossas principais empresas nas mãos do estado chinês e da cleptocracia angolana, etc, etc e que, em resumo, pretendeu sempre governar à margem da constituição. Um governo que fez isto, não pode continuar a governar como se nada tivesse acontecido, ou como se a sua obra fosse digna de registo. Não! Se alguém acha que pode fazer melhor, deve governar, para julgar temos as eleições. Aprendi que radicalizar é uma coisa perigosa, mas também não acredito em papões saídos dos idos de 75, como os que agora se agitam por aí.
Jacinto Lourenço

sexta-feira, 6 de março de 2015

Viver num País em estado de Esquizofrenia Colectiva


Cada dia que passa  mais me convenço que vivo num país em estado de esquizofrenia  colectiva.  Depois de quase  meia dúzia de anos a serem explorados, roubados, espoliados, humilhados e enxovalhados, os portugueses, quando tudo podia levar a supor que tivessem ganho  alguma experiência com tão amargas vicissitudes, voltam - a fazer fé nas últimas sondagens – a dizer que vão votar, nas próximas eleições legislativas, nos mesmos partidos e homens que os fizeram amargar e passar por tão difíceis condições que levaram ao empobrecimento, à miséria de muitos, à emigração massiva e forçada de jovens que tanta falta faziam ao país, ao desemprego  na casa dos 20 %, à penhora  de habitações e despejo das famílias em números nunca vistos em Portugal, ao aumento exponencial da dívida pública, ao escândalos  económicos  de BPN, BES, PT, etc, e que estamos a pagar, à transferência de fundos dos bolsos dos pobres para a conta dos ricos, à degradação do Serviço Nacional de Saúde procurando substituí-lo por uma saúde privada a que só têm acesso  os que puderem pagar um seguro de saúde ou aqueles a quem as empresas privadas o atribuírem, da escola pública em benefício da privada com a degradação ostensiva e calculada da primeira, à  delapidação  dos melhores e mais  lucrativos  activos do estado e da sua entrega ao capital privado , na maior parte estrangeiro , etc, e isto para só lembrar um pouco daquilo que todos, ou quase todos,  sabem.

Em Belém, devíamos ter um Presidente, mas temos apenas um residente, que nem sequer paga renda, e que dispõe de um orçamento sumptuoso e escandaloso  especialmente quando comparado com outros no estrangeiro, em países com diferentes capacidades económicas,  e que disse ao que vinha logo no discurso de vitória na noite das últimas eleições presidenciais.   No (des)governo , está um pequeno exército de copistas e replicadores das políticas da srª Merkel, que, como é evidente, só interessam à srª Merkel.  Na oposição trocaram o chamado líder da oposição, que diziam enfermar de frouxidão, por outro tão frouxo como o seu antecessor  mas a que junta  a desgraça de ser desastrado e ausente, isto, claro, para além de não se lhe conhecer qualquer tipo de ideia para o futuro do país que vá além de dizer mal do principal adversário. Ora, como bem sabemos, só isso, não serve para reerguer Portugal da miséria moral e material  em que caiu.

Para finalizar, sabemos agora que o ‘impoluto’ primeiro-ministro, afinal, utilizou o ‘esquecimento’ ou  ‘ignorância’  legal  como argumentos  para justificação de evasão de pagamento de impostos e contribuições.  E, para além de ele próprio achar que tem condições  para  continuar a (des)governar,  outros,  como o  residente de Belém,  não se pronunciam, não vá alguém lembrar-se, outra vez,  dos processos, pouco claros, que permitiram que ele usufruísse de mais-valias ao alcance apenas de alguns amigos de Oliveira e Costa, no BPN, ou ainda dos esquemas, também nunca esclarecidos, que facilitaram a construção da sua nova  moradia algarvia, na mesma rua onde muitos  dos seus amigos do BPN também possuem uma.

Face a tudo isto, os portugueses acham que os partidos que os (des)governam e levam à miséria há muitos anos, devem continuar com terreno livre para concluir, ou continuar a sua obra.  Isto tem um, ou vários  nomes : esquizofrenia, fuga para a frente, atraso, embrutecimento, amorfismo, baixa auto-estima, estupidez.   E disto, eu não partilho.

Se tenho alternativa ? Não sei se tenho ! Mas uma coisa faço: se estou à beira do abismo nunca dou um passo em frente, recuo, fujo dali, não deixo que me empurrem.


Jacinto Lourenço

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Rádio é outra Coisa - 13 de Fevereiro, Dia Mundial da Rádio


Há coisas que não se explicam, e esta é uma delas: não consigo passar um dia sem ouvir rádio. É aliás uma das primeiras coisas que faço de manhã, quando acordo; ligar o rádio. Mas não ouço qualquer tipo de rádio ou qualquer estação de rádio. A rádio, como a televisão, hoje, tem escolha. Já não é como nos meus tempos de criança e adolescente em que ouvir rádio significava ouvir Emissora Nacional, Rádio Clube Português ou, se morássemos em Lisboa, os Emissores Associados ou uma ou outra rádio de menor dimensão e alcance. Depois havia as ondas curtas, para ouvir a Rádio Moscovo ou a Rádio Portugal Livre, de que o meu avô José era atento ouvinte. Também se podia ouvir a BBC, mas isso, claro, o meu avô José não fazia por não saber inglês. Ouvir  rádio, nesse tempo, nos anos 60 e início de 70, podia ser, de acordo com o regime vigente, uma atitude subversiva e "anti-patriótica". Mas toda a gente ouvia. Os que eram anti-salazaristas ouviam as ondas-curtas para saberem o que se passava no país. Os Salazaristas ouviam também, mas por razões contrárias: para saberem o  que diziam os ingleses da BBC, e os comunistas da Rádio Moscovo sobre o que não se passava no país.  A rádio, nesse tempo, era das poucas alternativas dos pobres, e especialmente dos pobres e assalariados rurais no sentido da amenização das suas  difíceis condições de vida. Televisão era algo ainda incipiente e só durava duas ou três horas por dia, com uma programação onde a transmissão de uma corrida de touros ou de um evento desportivo eram uma autêntica pedrada no charco. Claro, também se podia ver os desenhos animados ao domingo à tarde.  Mas rádio sim, era outra coisa. Passava a "Simplesmente Maria", os "Parodiantes de Lisboa", o "Serão para Trabalhadores", os "Discos Pedidos", os concursos para eleição do rei e da rainha da rádio, ganhos invariavelmente por Madalena Iglésias, Simone de Oliveira, António Calvário, Artur Garcia, Fernando Farinha ou Tony de Matos. Ouvia-se também as peças de teatro onde pontificavam os grande actores nacionais de então. Enfim, outro tempo, em que a rádio era uma referência de todos.

A Rádio marcou a minha geração. Nela ouviam-se os relatos da bola ao domingo à tarde,  sim, porque os jogos realizavam-se, todos, e sempre, ao domingo à tarde.  O 25 de Abril trouxe as "Rádios-Piratas", onde eu próprio fui radialista, e o país radiofónico havia de se transformar bastante e, quanto a mim, para melhor. A rádio reinventou-se. Teve que fazer face à televisão, à explosão de novos meios de comunicação, aos jornais, à Internet. Quando todos lhe prognosticavam a morte, eis que ela aí está, mais viva do que nunca, com mais estações do que nunca. Rádio para todos os gostos, todas as idades, todos os momentos do dia ou da noite. Rádio que levamos connosco para a praia, para o campo, para o carro, para a rua. para a cama, até para a casa de banho. A rádio faz-nos companhia em todas as circunstâncias e ocasiões e, normalmente, é a primeira a trazer-nos as boas ou más notícias. 

Em minha casa, a casa onde cresci, a casa dos meus avós, nunca houve televisão, até porque a energia eléctrica só chegou à povoação no final da década de 60 e a televisão, alimentada a gerador, era um 'luxo'  algo recente a que poucos particulares podiam ainda aceder,  mas houve, tanto quanto me lembro, quase sempre,  uma telefonia que era o centro de todas as nossas atenções. Era ela   a ligação ao pequenino mundo português que se fechava sobre si próprio nas fronteiras com Espanha.  A rádio era assim como que uma evasão espiritual e mental para quem habitava um país que uma ditadura teimava em manter como ilha de criminoso subdesenvolvimento e atraso cultural e civilizacional. Era, dentro do "Estado Novo", o único meio de comunicação que possibilitava uma pequena amostra de democracia. E talvez por tudo isto me tornei um indefectível ouvinte de rádio. Possúo uns sete ou oito aparelhos de rádio, dois deles com mais de cinquenta anos, a válvulas, e ainda a funcionar . Ainda hoje, em qualquer divisão da casa onde eu esteja, salvo alguma ocupação que o não permita,  há sempre um rádio ligado para eu ouvir, como é o caso agora mesmo, enquanto escrevo e ouço a emissão especial da Antena 1.   Gosto de  estações de rádio com gente dentro. Já as rádios temáticas, que só passam música durante horas a fio, não me dizem muito, salvo uma ou outra honrosa excepção.  Bem sei que poupam em recursos humanos... Mas se é  para ouvir apenas música, então  tenho outros suportes mais modernos. Rádio é uma coisa diferente.

 Gosto de uma Rádio atenta a tudo o que se passa à nossa volta, uma Rádio que me traga o mundo sem me ocupar a visão com imagens de arquivo que nos adormecem ao cabo de alguns minutos de 'bombardeio' noticioso. Gosto de uma Rádio que não faça das notícias um repetitivo 'enchimento de chouriços'. Uma Rádio que diz o que tem a dizer sem grandes delongas ou 'floreados'  bacocos.  Gosto de rádio com cultura, com entretenimento inteligente, com uma boa selecção musical, com diversidade de rubricas, actuais e interessantes, e pluralidade de programação que chegue aos vários  estratos da população. Depois é só escolher  o que mais me me agrada.  Outras vezes ouço rádio sem estar a ouvir, apenas por companhia. Não gosto da solidão pela solidão. Nunca gostei de estudar em silêncio. Isolo-me mais facilmente,  para ler ou estudar,  num ambiente ruidoso, sem exagero, do que numa sala onde esteja sozinho.

É raro, mas às vezes tenho insónias; então ligo o rádio e ponho uns auriculares. Ao fim de algum tempo 'desligo-me'  sem dar por isso e os auriculares  saltam-me das orelhas e vão à sua vida. 

A Rádio acabou por marcar um pouco do que eu sou como pessoa, pelas melhores razões. Fui radialista  durante cerca de 17 anos e, tudo somado, dá como resultado que, sem Rádio por perto, a minha vida seria sem dúvida um pouco mais insonsa. 

Felizmente que em Portugal se faz muito boa e variada Rádio. Obrigado a todos os que a produzem, realizam e trazem até nós, os ouvintes.

Jacinto Lourenço